Entidades discutem problemas relacionados à seca na sede do Incra-PB

Representantes de entidades ligadas à área rural estiveram reunidos, na manhã desta quinta-feira (19), na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na Paraíba, em João Pessoa, para discutir medidas de assistência aos trabalhadores rurais paraibanos atingidos pela estiagem. Cerca de 20 pessoas participaram da reunião, proposta pelo presidente da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar no Estado da Paraíba (Fetraf-PB), Ednaldo Leite Pereira. Segundo ele, existem municípios paraibanos onde os agricultores familiares perderam mais de 95% da safra. Além do superintendente do Incra-PB, Lenildo Morais, participaram das discussões a delegada federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) na Paraíba, Giucélia Figueiredo, representantes da Fetraf-PB, da Secretaria de Agricultura Familiar da Paraíba, da AS-PTA-Agricultura Familiar e Agroecologia, do Sindicato dos Trabalhadores em Assistência Técnica e Extensão Rural da Paraíba (Sinter-PB), dos Pólos Sindicais da Borborema e do Curimataú, de Sindicatos de Trabalhadores Rurais, da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A pauta da reunião contemplou questões como o abastecimento emergencial de água com carro pipa nas comunidades e projetos de assentamento mais atingidos; a doação de cestas básicas às comunidades que tiveram plantações prejudicadas pela estiagem; a intermediação junto ao MDA da liberação de parcela do Programa Garantia Safra referente à safra 2011; a construção de obras permanentes para o enfrentamento da seca; e ainda a sugestão para que o Governo do Estado diminua os impostos para a aquisição de ração animal pelos agricultores familiares. “Se não forem tomadas medidas emergenciais vamos passar por sérias dificuldades na Paraíba”, afirmou a delegada federal MDA na Paraíba. Giucélia Figueiredo também enfatizou que os trabalhadores rurais devem cobrar das Prefeituras Municipais a decretação de estado de emergência em decorrência do quadro de estiagem. Para José Gilson Silva Alves, diretor do Sinter-PB, além de obras permanentes para a garantia da segurança hídrica ao homem do campo, é necessário que sejam promovidas ações de conscientização sobre o uso racional da água e sobre a convivência com a seca e com o semiárido. “As secas são cíclicas. Se não tivermos um processo educativo nem forem realizadas obras estruturantes sempre estaremos discutindo apenas medidas paliativas”, disse, acrescentando que experiências de sucesso na convivência com a seca também devem ser compartilhadas entre as comunidades. Segundo o diretor do Sinter-PB, a construção de tanques de pedra, cisternas de placas e de poços simples, os chamados “cacimbões”, e a recuperação de 90% dos cerca de 10 mil poços tubulares que já estão instalados mas não funcionam, podem aumentar o acesso à água e gerar renda para a população dos municípios mais atingidos pela estiagem. Dilei Schiochet, da coordenação estadual do MST, falou sobre a necessidade de algumas comunidades rurais paraibanas serem beneficiadas com dessalinizadores para garantir o suprimento de água potável em regiões onde a água do subsolo é salobra, isto é, levemente salgada. “O rejeito poderia ser utilizado em projetos de piscicultura, como já vem sendo feito em várias comunidades”, afirmou. Entre os encaminhamentos da reunião também estão a necessidade de revitalizar a cultura da palma forrageira; a reformulação dos Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS); a construção de barragens subterrâneas em 46 municípios com retroescavadeiras do MDA e contrapartida das comunidades, que forneceriam a mão de obra; uma proposição para que o Governo do Estado aumente o preço do leite por ele adquirido; a aquisição de sementes de algodão, soja e milho pelo Estado para fornecimento, a preço de custo, para a ração animal; e o agendamento de audiência com o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho. Kalyandra Vaz (MTB 1679/PB) Assessoria de Comunicação do Incra-PB (83) 3049-9259 / 8610-1118 Fonte:http://www.luizcouto.com/

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