CIDADANIA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO FUNDAMENTAL

Autora: Euzimar Gregório dos Santos¹. Licenciatura em Pedagogia, Especialista em Agroecologia e Psicopedagogia E-mail: euzimargregorio@hotmail.com.

 RESUMO: A partir da década de 1980, uma revisão das ciências e de seu ensino tem proporcionado um campo mais fértil para debates sobre o meio ambiente. É nesse contexto que a Educação Ambiental pode contribuir, tanto para o ensino formal quanto em atividades do ensino não formal. Para se atender a necessidade humana foi-se desenhando uma equação desbalanceada: retirar, consumir e descartar. A importância de abordar a Educação Ambiental como proposta inovadora para a formação cidadã é a alternativa mais justa no momento. Apesar de tratar-se de uma proposta nova, a Educação Ambiental surge como uma Pedagogia da ação, em que se faz necessário um processo permanente de formação orientado para a preservação e conservação do meio ambiente. Diante disso, este trabalho de pesquisa teve como objetivo analisar a percepção da Educação Ambiental sobre os olhares dos alunos do 5º ano do Ensino Fundamental I, da Escola Municipal Marta Nóbrega Rodrigues no município de Malta – PB. As informações coletadas compreendem basicamente a necessidade de se lutar em prol de um modelo educacional que venha a conter efeitos nocivos das sociedades humanas sobre o meio. Fica evidente a importância de sensibilizar os humanos para que ajam de modo responsável e com consciência, conservando o ambiente saudável no presente e para o futuro. Entendo-se por Educação Ambiental os processos por meio do qual o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. Constatou-se nos alunos entre outras coisas, a existência de uma atitude passiva pela questão em discussão, embora haja a consciência de que a Educação Ambiental é um componente essencial à solução ou combate à crise enfrentada no planeta. Os educadores dentro da Educação Ambiental devem sensibilizar o alunado a buscar valores que conduzam a uma convivência harmoniosa com o ambiente e as demais espécies que habitam o planeta, auxiliando-o a analisar criticamente os princípios que tem levado à destruição inconsequente dos recursos naturais.  
INTRODUÇÃO: A Educação Ambiental é um importante mecanismo de interação social, político e econômico, sendo fundamental na melhoria da qualidade de vida de uma população. É importante também, que estas iniciativas locais não sejam isoladas, mas fortalecidas ao organizarem-se nas mais diversas formas. No entanto, este ambiente favorável ainda está em construção. Faz parte de um processo onde todos têm muito a fazer. Temos que reconhecer a importância da Educação Ambiental para a construção de um meio ambiente sustentável e preservado. Leff (2001) considera que “todos os problemas ambientais que enfrentamos na atualidade estão no limite”. A crise ambiental que se vive é a crise do nosso tempo. O risco ecológico questiona o conhecimento do mundo. A presente crise vem para todos como um limite no real, que resignifica e reorienta o curso da história: limite do crescimento econômico e populacional; os limites dos desequilíbrios ecológicos e das capacidades de sustentação da vida; limite da pobreza e das desigualdades sociais em todas as esferas de vida. A educação é fundamental para buscar entender e resolver os graves problemas ambientais. Corroborando esta ideia, a UNESCO (Órgão das Nações Unidas para a Educação) ergueu quatro pilares para orientar a educação e o papel da escola para os séculos XX e XXI. São eles: primeiro, aprender a conhecer, isto é, adquirir os instrumentos da compreensão; segundo, aprender a fazer, isto é, pode agir sobre o meio envolvente; terceiro, aprender a viver juntos, isto é, cooperar com outros em todas as atividades humanas e quarto, aprender a ser, via essencial que integra às três precedentes. Para realização deste trabalho utilizou-se uma série de procedimentos metodológicos como: conhecimento da área objeto de estudo através da observação, passeio de campo e caminhada, participação em eventos direcionados ao meio ambiente, conversas com a equipe da Secretária de Educação, supervisora, coordenadora pedagógica, e Presidente da Associação do Assentamento Rural Padre Acácio. Conversa/entrevista com professores e agricultores do Assentamento, utilizando ainda um questionário específico (anexo) para aprofundar o diagnóstico e a partir daí produzir as análises e interpretações dos dados coletados. A pesquisa está dividida em três seções. Na primeira seção tem-se uma idéia do conceito de Educação Ambiental, na segunda analisa-se a Educação Ambiental formal e a não formal e os atores socioambientais e na terceira lista-se dados da pesquisa e discute-os em vista da teoria ambiental.
  
METODOLOGIA: O projeto foi desenvolvido na Escola Municipal Marta Nóbrega Rodrigues, no ano de 2007, localizada no município de Malta-PB, com 284 alunos, funcionando nos turnos manhã e tarde. Funcionando da pré-escola ao 5º ano do ensino fundamental, a coleta de dados foi feita com uma amostra de 24 alunos do 5º ano. Ressalta-se também que a presente investigação originou-se da intenção de captar informações, a partir da falta de percepção ambiental para sua convivência no seu dia a dia para melhor conviver com a realidade de sua casa, e do seu município, e de que forma as ações pedagógicas desenvolvidas pelos professores podem contribuir na difusão dos conceitos e práticas da educação ambiental dos alunos. Nesta perspectiva, o projeto se constitui de momentos distintos. Primeiro realizou-se a revisão e sistematização da literatura sobre as dimensões e critérios requeridos para o enfoque educação ambiental formal e não formal, e mais especificamente acerca das ações realizadas pelos alunos no nosso cotidiano educacional, desenvolvido na educação formal e não formal, para o professor atuar nas questões ambientais de forma a contribuir para boa qualidade de vida dos alunos e de suas famílias, com recursos naturais existentes preservados para que possamos ter um desenvolvimento sustentável local breve. Nesse pressuposto devemos considerar o espaço específico da Educação Ambiental como responsável pela veiculação de determinadas habilidades e conteúdos sistematizados, que são fundamentais na ampliação da pesquisa e da capacidade de participação social do pesquisador, como elemento deste contexto, deve assumir, uma ação intencional direcionada. Formar uma consciência ambiental ética, contudo mostra – se como única alternativa para viabilizar a vida, num planeta sujeito a tantas degradações. Uma ética ambiental que seja contrária a pretensiosa concepção de que a natureza é, apenas meio e, os objetivos do homem, o único fim. Mostra – se urgente, a revitalização de valores éticos, nos quais a bondade e a solidariedade incidam também, sobre a natureza. (CORLETT, 2007: p.16) TABELA -01: Distribuição da equipe da escola Marta Nóbrega Rodrigues Alunos Equipe Técnica Equipe de apoio Professores?: Pré 1º/5ºano concursados Contratados concursados Contratados 63 alunos 221alunos 01 Diretora 01 merendeira 02 ASG 03 na pré-escola 03 auxiliares 01Vice-diretora 02 ASG 02 no 2º ano 01 auxiliar 01Secretária 02 no 3º ano 01 no 4º ano 01 no 5ª ano Total de alunos:284 Total:03 Total:05 Total de professores:15 Total de alunos:284 Total:03 Total:05 Total de professores:15 Fonte de informações: Secretaria Municipal de Educação CONSIDERAÇÕES FINAIS E NÃO CONCLUSIVAS No trabalho apresentado sugerimos muito a problematização e o debate a relação educação. A educação e a problemática ambiental são antes de tudo,questões políticas que envolvem atores, interesses e concepções de mundo diferentes, e que podem assumir direções mais conservadoras ou emancipatórias. É possível termos aulas ambientais teóricas e práticas nas escolas. Os trabalhos de Educação Ambiental formal e não – formal aqui apresentado comprovam isso. Mas deve haver com grande urgência uma revisão das grades curriculares. E a capacitação de profissionais para atuarem em sala de aula, e fora do ambiente escolar. Durante a realização do projeto não educamos, mas sensibilizamos. Aprendemos a valorizar cada ato relacionado ao meio ambiente e aos envolvidos na pesquisa. Sentimos – nos importantes quando víamos os esforços dos alunos. Os frutos que obtivemos foram e são colhidos dentro e fora das comunidades escolares, com ações dos alunos da comunidade escolar trabalhada. Não ações induzidas. Mas ações que surgiram de valores adquiridos com este trabalho. Em relação à Educação Ambiental muito ainda há de ser feito, tanto na escola quanto na comunidade rural estudada. O trabalho desenvolvido até o presente momento apenas serviu para iniciar, tornar visíveis, muitos aspectos a ser trabalhados em nosso município com mais profundidade. Assim, conclui – se que a humanidade pode sim realizar uma mudança comportamental e melhorar sua relação com o meio ambiente. BIBLIOGRAFIA: BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Fundamental. 3. ed. – Brasília: A Secretaria, 2001. Pag. 75-76. CASCINO, Fábio. Educação Ambiental: princípios; história, formação de professores – 4ª edição – Editora SENAC – São Paulo. Pag.41 – 72. CENPEC, UNICEF, FUNDAÇÃO ITAÚ SOCIAL, ONG parceira da escola – Educação e Participação – CENPEC, 2002 – São Paulo, 5ª ed. Pag.21. CORLETT, Francisco Marinaldo Fernandes. Ética Ambiental. 1ª ed. Ano: 2007 - UFPB – Bananeiras – PB. Pag. 14 – 16. GANDIN, Danilo. A prática do planejamento participativo: Na educação e em outras instituições. Grupos e movimentos os campos cultural, social, político, religioso e governamental – Petrópolis –RJ: vozes, 1994. Pag.55 -56. 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